terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Era uma vez...

Vou contar do meu jeito:

No interior simples e longínquo da Rússia , uma mãe no leito de morte dá à sua amada filha, Vasalisa, uma pequena boneca de pano.  Essa boneca deverá ser a companheira inseparável da menina, quando a mãe se for. Ela nunca estará só enquanto estiver com a boneca, e deverá consultá-la sobre tudo, ouvindo sempre sua opinião.  Após a morte da mulher, o pai, depois de pranteá-la, casou-se novamente, como em todo bom conto de fadas, com uma mulher que tinha duas filhas.  O pai , ingênuo ou enfeitiçado por essa nova vida, não percebe que a madrasta não suporta Vasalisa, e quando ele está ausente, faz, junto com as filhas, o que é possivel para explorar e atazanar Vasalisa.  Até que uma noite, fingindo que o fogo da casa se apagara, mandam Vasalisa para a floresta, em busca de Baba Yaga, a terrível bruxa, única que poderia dá-las o fogo para aquecer e cozinhar.
Vasalisa parte então floresta adentro, acompanhada apenas de sua boneca, sem desconfiar que às suas costas as malvadas já comemoravam a morte certa da menina. No meio da densa e assustadora floresta, a cada bifurcação do caminho, Vasalisa consultava a boneca que caminho seguir, e depois a alimentava com pequeninos pedacinhos de pão. Apesar do medo, Vasalisa avançava segurando dentro do bolso do avental a querida boneca, que a guiava cada vez mais para o coração da escuridão.  Vasalisa viu um cavaleiro  branco num cavalo branco trazendo o dia; mais tarde um cavaleiro vermelho num cavalo vermelho trouxe o sol, e por fim um calvaleiro vestido de negro trouxe a noite, entrando direto num casebre feito de caveiras e ossos, onde morava a terrível Baba Yaga.  A casa ficava em cima de pernas de galinha, andava de um lado para outro, às vezes girando como um pião. A bruxa se movia dentro de um caldeirão voador e era tão feia e assustadora como toda bruxa deve ser. Era sabido que Baba Yaga comia suas vítimas, e todos aqueles ossos e caveiras pareciam não desmentir tal fato.  Gritando de seu caldeirão e segurando sua vassoura, Baba Yaga irritada questiona a menina sobre o  que ela quer.
- Vovó, vim apanhar fogo.  Está frio na minha casa e sem ele o meu pessoal vai morrer.
- Ah, sei.  Conheço seu pessoal...Você deixou o fogo apagar, sua inútil.  E o que a faz pensar que eu lhe daria a chama?
- Porque estou pedindo - respondeu Vasalisa, depois de consultar a boneca.
- Essa é a resposta certa.  Mas não lhe darei o fogo se não realizar  algumas tarefas pra mim.  E se não as realizar... - ameaçou - você vai morrer, minha filha.
E assim Baba Yaga ordenou a Vasalisa que lavasse a roupa, varresse a casa e o quintal, preparasse a comida e ainda separasse o milho mofado do milho são. A velha acrescentou que sairia e quando voltasse tudo deveria estar pronto, caso contrário, a menina seria o banquete.
Vasalisa, nervosa, consultou a boneca sobre o que fazer, e essa a orientou que dormissse pois ela cuidaria  de tudo..
CONTINUA  NA PRÓXIMA POSTAGEM !

O sono de Vasalisa