Gente, tô
me sentindo uma Candinha da Antiguidade, mas esse negócio de mitologia é muito,
muito melhor que novela... Tramas, paixões, traições, triângulos, quadrados,
uma coisa de louco !!! E muito sexo...
Mas também amores imortais, paixões verdadeiras, tudo com uma grande dose de
intrigas e aventuras ...
De volta à
Perséfone ( que também é conhecida como Koré) e Hades... Descobri que a beleza
da heroína já atraía a inveja de Afrodite, quando ainda era uma menina... Vários deuses a tentaram cortejar, mas a mãe
Deméter afastou todos os pretendentes, inclusive Hades ( que já tinha pedido a
mão da donzela a Zeus, e como a coisa não andava acelerou sua biga negra e levou-a na mão grande....)
E
Perséfone, que não devia comer nada que Hades lhe oferecia , para registrar seu
repúdio ao rapto, aceitou uma suculenta romã, selando assim a sua aceitação
tácita ao deus do submundo... Que segundo reza a lenda, tratava a esposa muito bem, ouvia sempre sua opinião a respeito
de tudo, era amoroso e carinhoso ...
Perséfone, que se tornou uma mulher esplendorosa e estonteante, passava
metade do ano que com o marido, e metade voltava à terra dos viventes como Koré,
a donzela, para ficar com sua mãe
( representando assim o ciclo anual das
colheitas). Diz a história que seu amor verdadeiro era Hades, mesmo tendo
como amante Adonis ... Como assim??? Quando ela tinha tempo pra ficar com esse
Adonis? Se quando estava na terra, era como Koré, cujo
nome significa moça virgem? Imagino que Hades não ia aceitar Adonis dando uma
voltinha lá no território dele, mesmo constando nos autos que Perséfone ajudava a todos que visitavam o
reino inferior em busca de ajuda, e sempre interferia junto à Hades em favor
dos heróis e dos mortais...
Bom, parece
que Adonis era o favorito de Afrodite, mas como essa também andava com Ares, o
deus da guerra, esse último deu logo um jeito de despachar Adonis para o andar
de baixo... Onde ele ficou morando com Hades e Perséfone, e aí... deu no que
deu. Resultado: Zeus teve que se meter e estabelecer que Adonis ficaria com Afrodite por quatro meses e com Perséfone por
outros quatro, tendo quatro meses livres (
naturalmente para descansar, o pobre...)... Mas parece que Adonis deu
uma volta no tal acordo e ficava o tempo livre também com Afrodite, mas deixa
pra lá, porque a Afrodite era uma arrogante invejosa e o amor da Perséfone era
mesmo o Senhor dos Mortos...
Há
inclusive uma história que Hades tinha lá uma “amiga”, antes da chegada de Perséfone, uma ninfa de nome Menthe
, que se achava a número um e que não
gostou nada de se ver trocada pela recém-chegada. Quis arrumar uma confusão e acabou virando um
pé de menta na entrada do submundo. Não se sabe ao certo se quem a enfeitiçou
foi a própria Perséfone, ou a mãe, Deméter... Enfim, tudo gente boa . Importa mesmo é que Hades e Perséfone se
entendiam , de todas as formas possíveis...
Em
tempo: Descobri por acaso na internet o
blog da Maria Batista, uma poetisa portuguesa que também se encantou com a
história do casal tão fora do comum. E com a devida licença da autora,
reproduzo aqui as palavras dela:
Tomado
de volúpia e sedução
Hades
sem cuidados tamanhos
Num
golpe de insídia e traição
Rapta
koré ao mundo estranho
De
ninfas, narcisos e cor
Tem
medo e está vencida, koré
Saboreia
a maçã do amor
Com
lágrimas de sangue e fé
Ah
Perséfone! E
não apeles
Pelo
teu mundo seguro e materno
Se
sentes o beijo, se sentes a pele
O
cheiro e a carne do teu amante
Se mais
vale a paixão do inferno
Que o
amor do paraíso distante
MariaJB