Pra quem já teve oportunidade de ler Louise Hay ("Você pode curar sua vida"), o que vou falar aqui não é novidade, mas não deixa de ser uma reflexão bem legal sobre as nossas próprias dores... Lembram que sempre disse que o objetivo desse papiro é ser lenitivo e bálsamo? Pois é. Então queria falar sobre algo com que me deparei no livro da Louise: a consciência de que somos, todos, vítimas de vítimas...
Segundo a autora, seguimos repetindo em nossa vida, muitas vezes, padrões e comportamentos que estão arraigados em nós, padrões e comportamentos que vivenciamos, provavelmente na infância mas também em outras épocas de nossa vida... Mesmo que esses padrões sejam negativos ou destrutivos, o que nos leva a repeti-los, inconscientemente, é que já sabemos como lidar com eles: a crítica, o abandono, a mentira, o desamor... O que ficou registrado lá trás, pela ótica da nossa criança interior, é o que vale, não importa se verdade ou não, o que conta foi como ela captou e vivenciou a experiência. E a criança, pequena que era (e que ainda vive em nós), não tinha como entender as dores e feridas dos que então nos machucaram, não tinha como colocar tudo numa ótica mais real, pesar e ponderar sobre as dificuldades e carências de cada um... Nossa criança registrou apenas a crítica, a mentira, ou aquilo que ela entendeu como abandono e desamor.
Mas... para libertar-se dos medos, fobias, inseguranças, traumas, e tudo o mais que acorrenta a nossa alma, temos que voltar ao passado? Trilhar as mesmas dores, reencontrar os nossos monstros, que a custo colocamos pra dormir? Abir de novo as chagas que considerávamos esquecidas?
A grande resposta é que todas essas mazelas estão no presente, e não no passado. Estamos arrastando-as por aí, como grilhões de prisioneiros, como correntes de fantasmas, como espectros assustadores em filmes de terror.. Abrir a porta do quarto, atravessar a escuridão de nós mesmos, tropeçar em esqueletos mutilados e tatear até a janela, abrindo-a com autoridade para que a luz volte a brilhar em nós, como bem reconta Clarissa Estés no clássico "Barba Azul" é a chave que nos liberta.
Aí, sei lá, lendo isso tudo, escrevi esse texto , que divido com vocês:
Segundo a autora, seguimos repetindo em nossa vida, muitas vezes, padrões e comportamentos que estão arraigados em nós, padrões e comportamentos que vivenciamos, provavelmente na infância mas também em outras épocas de nossa vida... Mesmo que esses padrões sejam negativos ou destrutivos, o que nos leva a repeti-los, inconscientemente, é que já sabemos como lidar com eles: a crítica, o abandono, a mentira, o desamor... O que ficou registrado lá trás, pela ótica da nossa criança interior, é o que vale, não importa se verdade ou não, o que conta foi como ela captou e vivenciou a experiência. E a criança, pequena que era (e que ainda vive em nós), não tinha como entender as dores e feridas dos que então nos machucaram, não tinha como colocar tudo numa ótica mais real, pesar e ponderar sobre as dificuldades e carências de cada um... Nossa criança registrou apenas a crítica, a mentira, ou aquilo que ela entendeu como abandono e desamor.
Mas... para libertar-se dos medos, fobias, inseguranças, traumas, e tudo o mais que acorrenta a nossa alma, temos que voltar ao passado? Trilhar as mesmas dores, reencontrar os nossos monstros, que a custo colocamos pra dormir? Abir de novo as chagas que considerávamos esquecidas?
A grande resposta é que todas essas mazelas estão no presente, e não no passado. Estamos arrastando-as por aí, como grilhões de prisioneiros, como correntes de fantasmas, como espectros assustadores em filmes de terror.. Abrir a porta do quarto, atravessar a escuridão de nós mesmos, tropeçar em esqueletos mutilados e tatear até a janela, abrindo-a com autoridade para que a luz volte a brilhar em nós, como bem reconta Clarissa Estés no clássico "Barba Azul" é a chave que nos liberta.
Aí, sei lá, lendo isso tudo, escrevi esse texto , que divido com vocês:
Há pessoas
que têm tanto medo de perder alguém
Talvez
porque já sofreram a perda há muito tempo
Foram
abandonadas, no sentido literal da palavra
Deixadas de
lado, deixadas pra trás
E por mais
que encontrem um porto seguro em suas vidas
Se não
conseguirem se libertar dessa dor que as consome
Vão seguir
por aí cometendo erros
Correndo
atrás de quimeras porque não querem enfrentar
Sua própria
dor no espelho.
Guardaram
sua dor
Num armário
muito escuro
Num baú muito fundo
Num lugar
muito ermo
Onde pensam
nunca mais ter que passar e encarar a dor outra vez.
E seguem, cometendo com os outros
O mesmo
abandono que sofreram
Porque é
melhor abandonar que ser abandonado
Essa dor
que dilacera o nosso ser como um golpe de espada.
Melhor
enganar do que aceitar que engana a si mesmo,
Melhor
fazer o outro sofrer, porque não se pode suportar a própria dor.
Duro demais
aceitar mas é preciso
Que os
erros de nossos pais nos marcaram de uma forma avassaladora
Que o amor
só é verdadeiro quando é de entrega,
De
confissão e de confiança
Que aceitar
nossas falhas é crescer como gente
Que seguir
errando os mesmos erros é um grilhão de dor
Do qual só
nos libertamos ao abrir o baú
Ao entrar
no quarto
Ao resolver
olhar o poço
Retornar à
origem
Encontrar a
temida dor
Deixá-la
doer por algum tempo, em silêncio
E então,
lentamente...
Começar a
se despedir dela
Se libertar
Deixar que
ela se vá ,como tantas outras coisas
Que
precisamos deixar partir.
Sermos nós
mesmos, com coragem.
Coragem
para falar sobre nossos erros.
Coragem
para aceitá-los, porque isso nos faz humanos.
Coragem pra
pedir perdão.
Coragem
para perdoar.
Coragem
para perdoar-se.