...de repente e sem nenhuma explicação
quando ela te invadir com a fúria do mar
fica quieto, como a rocha.
Quando ela te chicotear sem piedade
com sal e areia arranhar tua face
fica quieto, como a rocha junto ao mar.
Ela virá com a força das correntes
Escura, perigosa, e desejosa de te arrastar.
Fica quieto, como a rocha junto ao mar.
Deixa invadir tuas reentrâncias
Deixa lavar com violência tua superfície já polida,
entende que a dor, como a onda, vai recuar
fica quieto, como a rocha junto ao mar.
Furiosa ela se levantará
A vaga escura te castigará
Fica quieto, como a rocha junto ao mar.
Aceita a dor sem desesperar
Confia, ela vai vai recuar
Como a vaga escura em cima de ti vai quebrar
Arrancando o sal de tuas lágrimas tantas
Mas confia, espera, à desolação não te entregues.
A maré já vira e o próprio oceano se dobra,
Engole seu ímpeto, retorna à razão,
e à rocha ferida vem pedir seu perdão.
O céu manda suas gaivotas a te fazer companhia
O sol aquece tua superfície tão fria
Espera, confia, a desolação vai passar.